Economista explica consequência da alta da inflação para os brasileiros


Publicado em 22/11/2021 as 00:32

O mês de setembro ficou marcado pela alta da inflação. O índice de 1,16%, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que a inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi a maior para meses de setembro desde o início do Plano Real, em 1994. 

“A inflação é um aumento geral no nível de preços. Quando tudo aumenta, desde o aluguel, o plano de saúde e os medicamentos até a alimentação e os combustíveis, isso tem um efeito muito grande sobre os demais produtos. Isso é chamado de inflação, e o IPCA é o índice que mede a inflação oficial do Brasil. Ele ultrapassou, nos últimos doze meses, a faixa dos 10%, ficando com 10,25%. Isso, na prática, significa a perda do poder de compra da população”, explica o economista Josenito Oliveira, professor da Universidade Tiradentes (Unit).

O especialista explica os efeitos da alta da inflação para o bolso dos brasileiros. “O consumidor agora está comprando menos com o mesmo dinheiro, com a mesma renda. Isso tem várias causas, mas é principalmente fruto da própria política econômica do Governo Federal. Estamos vivendo um momento de diversas crises, como a sanitária, por conta da pandemia, econômica, política e institucional, e todo esse conjunto contribui justamente com os efeitos da inflação. Notadamente, é bom lembrar que isso faz parte da própria política econômica do Governo Federal. O governo precisa mudar a sua política econômica para que possa atacar esse efeito da inflação”, enfatiza.

Josenito Oliveira comenta os principais itens que influenciam no aumento da inflação. “Pelas pesquisas, o efeito do aumento dos combustíveis é um item de custo muito importante e que pesa em qualquer planilha de custos, não só das famílias como também das empresas, porque esse custo é repassado para os preços dos produtos. É um efeito dominó, que acaba repercutindo na perda do poder de compra das pessoas”, salienta. “Temos também a crise hídrica, em que o governo também não se planejou, e que tem efeito sobre a inflação. Além disso, o aumento dos alimentos, notadamente as carnes, que por conta do aumento das exportações, provoca uma redução na oferta e encarece os nossos produtos”, acrescenta. 

O professor da Unit destaca, ainda, as previsões de inflação para os próximos meses. “De acordo com relatório do Banco Central, para este ano há uma previsão de aumento. Mas, para o próximo ano, a expectativa é de uma desaceleração, por conta da perda do poder de compra da população. As pessoas comprarão menos e isso vai fazer com que os empresários se sintam desestimulados para aumentar os preços”, assegura. 

“Além disso, a política econômica do governo tem aumentado a taxa de juros para inibir o crédito, dificultando um estímulo aos investimentos. Assim, causa outro efeito, que é gerar mais desemprego e menos consumo. É necessário rever essa política para que a gente possa corrigir de forma imediata esses problemas”, finaliza.  

 

Assessoria de Imprensa | Unit