Americanos vão às urnas para dar seu veredicto sobre Trump


Publicado em 07/11/2018 as 05:54


Andrew Menck nunca havia se mobilizado para as eleições de meio de mandato, mas nesta terça-feira (6) esperou pacientemente para votar em Chicago para expressar seu descontentamento com o presidente Donald Trump. "Eu não concordo com as ações do presidente", diz o americano de 34 anos, que afirma ser politicamente independente. 

Para ele, esta consulta representa um referendo contra Trump, mesmo que seja um voto legislativo com componentes particularmente locais. "Eu não sei se isso o fará prestar contas. Os republicanos controlam a Câmara de Representantes e o Senado", ressalta Menck, que espera ajudar a inverter a tendência no Congresso para criar um contra-poder real.

Menck é um dos milhões de americanos que foram às urnas nesta terça-feira no primeiro teste eleitoral do controverso governo Trump. Mais de 38 milhões de pessoas já votaram antecipadamente, 40% a mais do que nas eleições de meio de mandato de 2014. Em sua seção eleitoral no coração de Chicago, um reduto democrata que serviu de trampolim para Barack Obama, os eleitores começaram a formar longas filas antes mesmo do amanhecer.

Jerry, um aposentado de 64 anos, acordou cedo para evitar a multidão. Como Menck, nunca havia votado nas eleições de meio mandato. Ele é um republicano, "provavelmente o único em Chicago", diz ironicamente.

'Democratas enlouquecidos'
"Os democratas enlouqueceram", afirma, repetindo uma tema citado pelo presidente Trump. "Ouvi dizer que os democratas querem conceder o direito de voto aos imigrantes ilegais", declarou, embora essa ideia não passe de um boato infundado.

Outro partidário de Donald Trump, James Gerlock, de 27 anos, cumpre seu dever cívico em todas as eleições. Desta vez, quer ajudar o presidente republicano a continuar com sua política: "Eu adoro sua desregulamentação e quero que ele continue avançando", declara o jovem. "Estou extremamente feliz com o estado da economia", ressalta.

A campanha eleitoral, que terminou na segunda-feira (12) à noite, foi marcada por divisões de uma escala raramente vista, e isso levou Yorgo Koutsogiogasi, um sexagenário, a se mobilizar e votar. "Essa fratura está destruindo o país", assegura o democrata que emigrou em 1977 da Grécia. "Eu voto em candidatos que considero capazes de unir as pessoas em vez de dividi-las", aponta.

Em outros lugares do país, a figura controversa de Donald Trump também parece ser a força motriz por trás de muitos eleitores.

Dia crucial
"Espero por este dia há dois anos", disse Konstantinos Kostopoulos, morador de Miami, na Flórida. "É um dia crucial, que vai nos permitir nos reafirmar como americanos", enfatiza. "Este é um referendo sobre a presidência de Trump", acrescenta Eloisa Álvarez, outra eleitora desse estado que tradicionalmente é fundamental no esquema eleitoral.

Ayla Jeddy, que cursa o último ano do ensino médio, votou em Nova York. Ela completou 18 anos em setembro, a tempo de estar na lista de eleitores. "Votei nos candidatos que se opõem às políticas mais escandalosas (de Trump): sua política de migração... e sua atitude em relação às mulheres em geral", disse.