Bolsonaro diz a TV que Paulo Guedes permanece no governo


Publicado em 22/10/2021 as 08:21

Em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o mercado fica "nervosinho" com a criação de despesas que ameaçam o teto de gastos, como o auxílio para caminhoneiros anunciado pelo mandatário nesta quinta-feira (21).

"Vão ter novos reajustes dos combustíveis? Certamente teremos. Por que vou negar isso daí? Estamos buscando solução. O auxílio de R$ 400 para caminhoneiros, que vai estar abaixo de R$ 4 bilhões por ano, dentro do Orçamento. Daí fica o mercado nervosinho. Se vocês explodirem a economia do Brasil, pessoal do mercado, vocês vão ser prejudicados também", afirmou Bolsonaro.

Mais cedo, antes da transmissão, Bolsonaro disse à CNN Brasil que o ministro Paulo Guedes (Economia) permanece no governo, mesmo após a debandada de secretários da pasta.

"Paulo Guedes continua no governo e o governo segue com a política de reformas. Defendemos as reformas, que estão andando no Congresso Nacional, esse é o objetivo", declarou o presidente, segundo a emissora.

Nesta quinta, a exigência de Bolsonaro de turbinar gastos em ano eleitoral e a manobra para driblar a regra constitucional do teto de gastos derrubaram a Bolsa, fizeram disparar dólar e juros e causaram demissões na equipe de Guedes.

Quatro secretários da equipe econômica pediram demissão nesta quinta-feira (21) por discordarem das decisões. Pediram para deixar o governo dois dos principais nomes do núcleo da pasta, o que comanda as contas públicas.

 

O maior representante da área, abaixo de Guedes, é o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal. Ele e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt —subordinado a Funchal—, pediram exoneração dos cargos.

Durante a live, Bolsonaro não citou nominalmente os auxiliares demissionários, mas se referiu a eles ao citar que "tem secretário que quer fazer valer sua vontade".

"A inflação é horrível? É péssima, mas pior ainda é o desabastecimento. Como está na iminência de ter um novo reajuste dos combustíveis, o que buscamos fazer? Acertado com a equipe econômica... Alguns não querem na equipe econômica, não queriam, outros acharam que era possível. Em havendo um novo reajuste, dar um auxílio para os caminhoneiros. O que está decidido até o momento? R$ 400 para 750 mil caminhoneiros autônomos. É muito, é pouco? É o possível no momento", declarou.