Aracaju alcança melhor resultado dos últimos 11 anos no combate ao Aedes Aegypti


Publicado em 08/11/2018 as 16:58

Aracaju está, mais uma vez, entre as cidades com baixa probabilidade de surto de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti. O dado foi confirmado na manhã desta quinta-feira, 8, pelo prefeito Edvaldo Nogueira, em coletiva que apresentou o resultado da 6ª avaliação epidemiológica realizada na capital sergipana em 2018.

De acordo com o Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa), pela terceira no ano, a cidade alcança o melhor resultado dos últimos 11 anos, com 0,9 de Índice Predial. O que, segundo o prefeito Edvaldo, comprova o êxito das ações que foram colocadas em prática pela atual gestão.

“É a eficiência do nosso trabalho. Apresentar esse resultado à sociedade nos dá uma satisfação muito grande porque vimos que o planejamento estratégico funcionou e que a gente conseguiu colocar a questão do combate à dengue como um elemento importante dentro da nossa gestão. Estamos conseguindo, pelo segundo ano consecutivo, diminuir os índices, sendo esse ano o menor dos últimos 11 anos. Aracaju está entre as cidades com menores índices do Brasil, e isso é uma vitória para nós”, comemorou o prefeito Edvaldo Nogueira.

Os dados revelam que no último ciclo de 2018, a gestão conseguiu ser ainda mais efetiva no combate à proliferação do mosquito, em relação a 2017. No período final de análise, foram registrados 48 casos confirmados de dengue, enquanto que no ano passado foram 94. Com a chikungunya e a zika, os resultados se mostraram ainda mais expressivos: 12 casos em novembro deste ano contra 112 do ano passado, e 1 caso contra 4, respectivamente. Uma queda de 69,5% em 12 meses.

“Por isso esse último Liraa é tão importante. É com base nele que o Ministério da Saúde estabelece parâmetros e que nós analisamos o trabalho anual para intensificar as ações para o período mais crítico, que é o início de cada ano. Com esse trabalho preventivo, nos preparamos para a época em que o mosquito se reproduz mais rápido. Nós comemoramos, mas, ao mesmo tempo, nos mantemos alertas, principalmente nas regiões em que ainda estamos com resultados acima de 2. Nesses lugares, vamos intensificar as ações e duplicar a vigilância, impedindo a possibilidade de um surto na cidade”, destacou o gestor.

Baixa incidência

A avaliação mostra, ainda, a baixa incidência de casos na capital. Foram registrados 9, 77 de casos por 100 mil habitantes. Além disso, dos 42 bairros de Aracaju, nenhum possui alto risco de epidemia. No mapeamento realizado pelo município, 26 bairros foram classificados com baixo índice, o que representa 62%, e 16 (38%) com médio risco.

O resultado positivo, obtido pela Prefeitura de Aracaju, é fruto do planejamento da secretaria municipal da Saúde, que se somou a outros órgãos da administração para intensificar os trabalhos. Até outubro deste ano, foram realizados 140 bloqueios de transmissão, com a aplicação do fumacê em um raio de 300 metros de casos suspeitos. Também foram recolhidos 45.407 pneus, evitando acúmulo de água parada, foram trabalhados 6.891 pontos estratégicos e realizadas 716.321 visitas domiciliares, percorrendo 100% dos imóveis de Aracaju.

Além disso, foram realizados mutirões de limpeza e ações de reforço à coleta de lixo, através da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), agentes de endemias reforçaram a aplicação de larvicidas e inseticidas, e ações educativas foram colocadas em prática em escolas e equipamentos da secretaria da Assistência Social.

“Muitos foram os fatores que permitiram esse resultado, sobretudo a intersetorialidade, pois todas as secretarias atuaram em conjunto. Desde que a ação foi projetada e planejada ações rotineiras e estratégicas foram desenvolvidas nos bairros, principalmente ações de educação e de uso dos inseticidas nas regiões onde a gente tem índices confirmados, com o objetivo de reduzirmos, cada vez mais, a possibilidade de infestação. A gente vê que, dos seis ciclos de levantamento do ano, quatro tivemos índices abaixo do que configura baixo risco. E isso só foi possível graças ao trabalho desenvolvido pela Prefeitura, que contou com a parceria dos aracajuanos e que chamamos para continuarem sendo parceiros da gestão nesse processo”, ressaltou a secretária da Saúde, Waneska Barboza.

Continuidade

Com os bons resultados obtidos na última avaliação, a Prefeitura de Aracaju se prepara para desenvolver ações preventivas nos próximos meses, baseada no diagnóstico apresentado. “Com esse LIRAa, que é o principal do ano e que nos dá uma prévia de como está o município neste de final de ano, nos preparamos para o momento em que precisamos redobrar a atenção” explicou a diretora de Vigilância Epidemiológica, Taise Calvante, detalhando a ação é executada.

“Intensificamos a rotina em todos os bairros, realizamos mutirões aos sábados, aplicamos fumacê costal nas áreas notificadas, recolhemos pneus, realizamos palestras em escolas e desenvolvemos um série de ações em parceria com as secretarias. Nosso trabalho se mostrou eficiente, mas não podemos cruzar os braços, principalmente nos bairros que ficaram acima de 2. Neste locais, direcionamos as ações para os problemas encontrados, porque cada região tem uma característica diferente”, pontuou.

Os cuidados também devem ser redobrados pela população, segundo Taise. “A gente sabe que o mosquito vive de 35 a 40 dias e o ovo pode ficar até 460 dias dessecado, esperando por água. Então é nesse período de férias, em que as famílias viajam, que o cuidado precisa aumentar. É preciso prestar atenção aos recipientes que armazenam água e, também, as plantas que são cultivadas. Juntos, podemos fazer mais”, afirmou.