No esporte e na fisioterapia, sergipana conquista espaço nacional e internacional

Com passagens por ligas acadêmicas, projetos sociais e eventos esportivos, ex-aluna da Unit atua em competições da CBDE e leva a experiência de projetos acadêmicos à prática com atletas de alto rendimento, incluindo a Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica
Publicado em 28/07/2025 as 16:50

Por trás dos bastidores de grandes competições esportivas, há profissionais que trabalham silenciosamente para garantir que os atletas estejam em plena forma. Entre eles, está a sergipana Riziane Ferreira da Mota, fisioterapeuta sergipana pela Universidade Tiradentes (Unit), que hoje integra a equipe da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e acumula no currículo a experiência de ter acompanhado a Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica em duas etapas da Copa do Mundo.

“Eu costumo dizer que foi a fisioterapia esportiva que me escolheu”, conta Riziane, refletindo sobre sua jornada iniciada em 2015, quando ingressou no curso de Fisioterapia da Unit. A frase resume bem a trajetória da profissional, marcada desde o início por uma combinação entre dedicação acadêmica e entusiasmo pelo ambiente esportivo.

Durante os cinco anos de graduação, Riziane mergulhou nas atividades extracurriculares. Atuou como diretora da Liga de Estudo e Pesquisa em Coluna Vertebral (Lepec) e da Liga Acadêmica de Fisioterapia na Saúde da Criança (Lafisc). E participou de projetos voltados à comunidade, como o “Dor nas Costas Nunca Mais” e “Conhecendo a Fisioterapia na área de Pediatria”, realizados no Centro de Educação e Saúde Ninota Garcia, vinculado à Unit. Ela também foi monitora em disciplinas como Anatomofisiologia, Cinesiologia e Biomecânica.

“Esses projetos sem dúvida auxiliaram muito na minha formação, tanto agregaram aos meus conhecimentos relacionados à fisioterapia, como também foram fundamentais para melhorar minha comunicação, abordagem ao público e capacidade de transferir o conhecimento a pessoas de diversas esferas da sociedade. Sempre gostei muito de compartilhar tudo que eu havia aprendido, e esses foram momentos muito especiais da minha trajetória”, resume. 

Um dos projetos mais marcantes foi o “Lesão Zero Azulino”, voltado à prevenção de lesões em atletas da equipe sub-20 do Confiança, tradicional clube de futebol sergipano. A experiência aproximou Riziane ainda mais da fisioterapia esportiva e ajudou a lançar o embrião do que se tornaria o Grupo de Estudo em Fisioterapia Esportiva de Sergipe (Gefes). Hoje, ela lidera o grupo, ao lado de Flávia Dianna e Suziany Caduda, também ex-alunas da Unit, com o objetivo de fomentar, enriquecer e estimular os alunos quanto à fisioterapia esportiva. “O Gefes é um espaço ativo até hoje, com reuniões frequentes, participação em eventos esportivos e atuação direta em provas de corrida. A ideia é oferecer vivência prática aos alunos e estimular o interesse pela área esportiva”, explica.

Nos bastidores do esporte 

A partir de 2021, Riziane começou a atuar em nível nacional, ao ser integrada à equipe de fisioterapeutas da CBDE. A entidade promove e incentiva a prática esportiva nas escolas de todo o país, organizando eventos como os Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), e é responsável pelas delegações que representam o Brasil em torneios internacionais, como a Gymnasiade. Ao lado de outras quatro fisioterapeutas, todas egressas da Unit, Riziane passou a coordenar o setor de fisioterapia em competições escolares pelo país. 

“Exercemos a função de coordenar o setor de fisioterapia em grandes eventos nacionais e internacionais, e atuamos como fisioterapeutas tanto de forma emergencial, nos atendimentos em quadra/campo/local de competição, quanto ambulatorial, nas salas disponíveis para atendimentos não emergenciais. Com a CBDE, nós atuamos somente de forma pontual, nos momentos em que antecedem as competições, durante e pós competições. Não tem uma cidade fixa de atuação uma vez que as competições ocorrem em vários locais do Brasil e também fora dele”, conta.

A experiência com a CBDE acabou abrindo portas para um novo desafio: trabalhar com a elite da ginástica rítmica brasileira. A convite da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Riziane acompanhou a Seleção Brasileira da modalidade em duas etapas da Copa do Mundo, lidando com um cenário de altíssimo rendimento e pressão por resultados. “No esporte profissional, tudo é mais intenso. Desde o impacto das mudanças climáticas até o tipo de piso utilizado nas competições. Como fisioterapeutas, precisamos estar atentos a cada detalhe e preparados para intervir rapidamente”, relata.

Pesquisa e ensino 

Paralelamente à rotina nos eventos esportivos, Riziane mantém atendimentos clínicos em Aracaju, onde atua com pacientes ortopédicos e atletas em recuperação. A busca pelo conhecimento também continuou fora das quadras: ela concluiu, em 2024, o mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), com uma pesquisa sobre dor em corredoras de curta distância. Ela também fez outros cursos práticos e de especialização em fisioterapia esportiva, sendo um deles pela Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (Sonafe), em Santo André (SP).

A motivação para a carreira acadêmica começou ainda na graduação, com sua participação no Programa Voluntário de Iniciação Científica (Provic), onde trabalhou em uma pesquisa sobre qualidade de vida em pacientes com a doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT), que é hereditária e afeta os nervos periféricos, provocando fraqueza e atrofia muscular nos pés e nas pernas. “A iniciação científica foi um divisor de águas. Sempre gostei de ensinar, de compartilhar o que aprendia. Foi aí que percebi que a academia também fazia parte do meu caminho”, diz Riziane, que agora se prepara para o doutorado.

Para a fisioterapeuta, o vínculo com a Unit vai além do diploma. Ela credita à universidade a base sólida que a levou às principais conquistas profissionais. “A Unit abriu portas, me deu oportunidades e ofereceu uma formação de qualidade. Foi essencial em cada passo que dei”, resume.

 

Autor: Gabriel Damásio

Fonte: Asscom Unit